Zé Ninguém

Viralata

De cabeça baixa lá segue o seu caminho
Nunca tem ninguém, anda sempre sozinho
Para toda a gente parece que é transparente
Não faz falta e por isso não está presente
Gordo, caixa de óculos, desdentado, meia-dose
Rodas baixas, trinca-espinhas, cabeçudo!
Coitado do zé
Já ouviu de tudo

Zé ninguém
Zé ninguém
Zé ninguém
Está tudo bem
É só um zé ninguém

Zé ninguém
Zé ninguém
Está tudo bem
É só um zé ninguém

Debaixo da ponte embrulhado em jornais
Sobrevive da esmola de quem tem mais
No palco da vida sempre atrás da cortina
Encostado à sua triste e velha sina
Bêbado, agarrado, desgraçado, meliante
Miserável, aldrabão e carrancudo!
Coitado do zé
Já ouviu de tudo!

Zé ninguém
Zé ninguém
Zé ninguém
Está tudo bem
É só um zé ninguém

Zé ninguém
Zé ninguém
Está tudo bem
É só um zé ninguém

Zé ninguém
Zé ninguém
Está tudo bem
É só um zé ninguém

Zé ninguém
Zé ninguém
Está tudo bem
É só um zé ninguém

Zé ninguém
Zé ninguém
Zé ninguém
Está tudo bem
É só um zé ninguém

Zé ninguém
Zé ninguém
Está tudo bem
É só um zé ninguém

Zé ninguém
Zé ninguém
Zé ninguém
Zé ninguém
Zé ninguém

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