Raso É o Rio, Estreita É a Rua

Troia

Não tendo tuas portas
Chaves ou fechaduras
Bastava que empurrassem
Bastava que cá ficassem

Desde a porta da rua
Até o fundo do quintal
Eu vejo o cinza da chuva
Eu vejo o branco do teu sal

Que agonia é essa que faz
O teu coração bater tão violento?
Que medo é esse que faz
A sanidade te fugir por um momento?

E perder a noção
Do que é real ou não
Enquanto a dor
Souber doer

Ai vindes outra vez
Tantas inquietas sombras
Ai vindes outra vez
Leitor das minhas entranhas

E perder a noção
Do que é real ou não
Enquanto a dor
Souber doer

O escritor caiu febril
E um punhado de palavras
Foram lhe visitar

E perder a noção
Do que é real ou não
Enquanto a dor
Souber doer

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