Discursos

Trilobitas

Os guetos
As atrocidades
As vítimas
Os antecedentes
As listas
Os sobreviventes
As injustiças
E os descendentes
De negros
De índios
De brancos
Mal vistos
Os discursos que matam, os discursos que matam...

A resistência
A decadência
Os tempos passam
Mas a ditadura
Ainda sobrevive
No coração frio
De pessoas ocas
Que reproduzem
Os discursos que matam, os discursos que matam...

A enchente de lágrimas vermelhas/E os peixes mortos em Belo Monte/O mercúrio puro nos organismos
Nos organismos dos Yanomami/O sangue nos olhos das mães de março/No bairro da luz o crack é pra já
O grande massacre de Eldorado/No peito da Serra dos Carajás...

Gráficos
E dados
Todos estagnados
Num crescimento
Que não avança
Que não chega
Aos paladares
Das crianças
Da África latino-americana
Em bairros vulneráveis
Onde a Polícia
É a única presença do Estado
E o bem-estar social
É a mão de obra escrava
Em desertos instaurados
Os discursos que matam, os discursos que matam...

A grande tragédia de Mariana/Se repete agora em Brumadinho/O mercúrio puro nos organismos
Nos organismos dos Yanomami/ O sangue nos olhos das mães de março/No bairro da luz o crack é pra já
O grande massacre de Eldorado/No peito da Serra dos Carajás...

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