A dança dos porcos e seus vermes moribundos (quarto ato de lembranças esquecidas)

Tiago Miçanga

Cravo o credo na puta que pariu
Junto com todos as outras coisas
Com fotografias que não valem mais nada
E nem mais apenas, memórias hoje são:
Apenas espinhos que rasgam minha alma.
Minha pele cheia de sarna
Tem repudia desta malta,
Pai afasta de min este cálice
De vinho doce e tinto de sangue
Que embrulha as minhas tripas
E faz com que a única saída seja o som alto
Que estoura meus tímpanos
Podendo fazer eu perder o juízo
Faz eu entrar na roda.

Voltando ao assunto desta malta,
Dispenso adjetivos, nomes próprios,
E até mesmos os pronomes de tratamento,
Só lhes restando os pronomes pessoais do caso reto,
E principalmente do caso obliquo.
Antes de sair deste recinto,
Deixo a praga que herdo o dom de lançar
De marques de Sade, Gregório de Matos, Augusto dos Anjos, Cazuza,
(a mesma boca que beija é aquela que escarra)
Para os mais velhos deixo a praga
Que não ocorrera agora
Pois já estão quase mortos
Mas que sejam infelizes
Nos próximos papeis que irão representar.

Tracker

All lyrics are property and copyright of their owners. All lyrics provided for educational purposes only.