O Aperreio do Cabra Que o Excomungado Tratou Com Má-Querença e o Santíssimo Não Deu Guarida

Thiago Brito

Levanta, povo, começou o alvoroço! Sapucaí, se prepare para ferver!
E lá vem ele! Se achegue, minha gente
Com a nação Leopoldinense
Hoje o couro vai comer
Faca que corta, fura e ninguém segura
Bala voando nas altura pra valer
O pistoleiro, comandando o cangaço
Vai cantando no compasso
Ele faz estremecer!

Xá, xaxado do lampião! Xá, xaxado do lampião!
Bandoleiro arrasta a chinela pro lado
Cachorro solta um miado e o gato late no sertão
Xá, xaxado do lampião! Xá, xaxado do lampião!
Bandoleiro levanta a poeira do chão
Lamentando a sua dor, Cabra macho, sim sinhô!

Tiroteado, foi falar com o excomungado
Aperreado, estranhou sua reação
O satanás, não querendo confusão
Sabendo que o miseravi era o tal de lampião
Negou ingresso e, sem a negociação
Virgulino inflamado, passou fogo de montão
E então morreu belzebu
Morreu safadeza, a preguiça
A luxúria e avareza
E o bicho ruim mandou chamar lubisome
Gritou por ritlê e aucapone
Com a má-querência, o capitão montou no azulão
Partiu pro céu em busca de acomodação

São Pedro enxotou o cangaceiro sem noção
Com ajuda de são Jorge, santo Antônio e são João
Disseram: Vai baixar noutro lugar! Sai pra lá!
Nem padim padi ciço conseguiu lhe segurar
Sem piedade e sem guarida pro vilão
Voltou pra terra e virou assombração

De tocaia na carranca
Tamborim ou violão
Ou na sanfona de Luiz, rei do baião
Em Vitalino, na cultura do país
Na alma da Imperatriz

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