Pulou para fora do aquário
Rastejou no carpete
Procurou um mar imaginário
Sem que ninguém soubesse
Rolou da escada
Querendo alcançar a rua
Chegou até a calçada
Saiu embaixo da chuva
Seguiu pegadas
Deixou vestígios
Descamou em estradas
De delírio
Atravessou pistas
Chafurdou na lama
Prejudicou as vistas
Machucou as barbatanas
Mergulhou em poças
Refugiou no cais do porto
Esbarrou em louças
Sem nenhum conforto
Buscou um barraco
Um pedaço de vitrine
Uma peça de teatro
Um roteiro de filme
Um conto
Uma canção
Ficou sem ponto
Sem noção
Nada encontrou
Nem mesmo um tema
Só se encaixou
Nessa música esse poema