União de Maricá 2026 - Cláudio Russo

Samba Concorrente

Numa velha Salvador
Um retinto vai e vem
Na ladeira do Pelô
No sobrado de alguém
Um fidalgo que comprou
O melhor sabor que tem
Ao som do bereguendém
Ao som do bereguendém
A granel e pela rua
Não havia armazém
Ao som do bereguendém
Ao som do bereguendém

Doce perfume de lote de fruta do pé
Gostoso igual cafuné
Ê Bahia
É alquimia, tempero que faz salivar
Um cheiro que traz poesia
Oh sinhá

Tem corpo ornado de luz, o axé me faz jus
Não é buginganga sinhô ôôô
Presença Matamba, adorno da terra
De vidas passadas, vitória na guerra

São digitais de artesãos
Esculpidos pelas mãos
De impérios, de orixás
Do adarrum, o som do ogã
Assenta balangandã
Salve Ogum e seus metais
Sinhô, que a gaiola não prenda
Tem fresca oferenda pra ancestralidade
O corpo da preta guardou
O preço da própria liberdade
Pra uns alforria, a vã covardia
Vender a essência por sobrevivência
A história gravada, forjada de luta e lida
São tempos idos, barulhos vivos
Memórias vestidas

A fortuna dos sorteados
É vencer a própria vida
Pra contar o que importa
Boa história enegrecida
Do levante a minha voz
Maricá com muito orgulho


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