Sou africano, singrei o oceano
Sou do orun, e do ayê
Trago ancestralidade
E proteção como um escudo de axé
Sou cultura, festa, vida e fé
Posso vir em forma de oferenda
Ou do fruto que alimenta
O corpo e a alma dessa gente feliz
Que sabe cultuar sua raiz
Como diz o ditado, e estou certo disso
Quem come quiabo não pega feitiço
No ajeum faço amalá pra Xangô
Pra oxalá, ajebó, pra omulu, quiabada
Sete meninos, sete bocas consagradas
No caruru de ibejada
Sou quincombô
Minha baba te cura, te abraça
Minha flor é um sinal de graça
É hora de colher, enfim!
Vim da corte do alafin
À Bahia de todos os santos cheguei
Em Minas Gerais minha raiz finquei
E o povo diz: Eita, trem bão demais!
Quem me conhece, não me esquece jamais
A avenida vai virar terreiro
O meu tempero não vai faltar
Tem união no fruto afro-brasileiro
Vai ter banquete em Jacarepaguá!