Da terra desabrocha a semente
Ganha vida no sopro de Tupã
Mãos divinas, natureza é o ventre
Deusas sob a luz do seu afã
A pureza original, um paraíso
Maculada pela cruz de além mar
Sangue e suor da escravidão
Em batalhas migalhas desse quinhão
O Rio secou a mata queimou, ganância!
Progresso desmata envenena a esperança
Cobiça com seu chapéu é praga
Mas o clamor pela terra não se apaga
O galo a cantar, um novo alvorecer
Em cada ser, tanto a oferecer
Simplicidade, nobreza a semear
Desse chão, fartura há de brotar!
Em oração ergue as mãos ao céu
Pra agradecer as gotas e o calor
Crioula és raiz dessa colheita
A mesa farta e alma cheia de amor
Vem festejar Tatuapé vem festejar
Colher os frutos de um sonho real
O homem do Campo tem o seu lugar
No solo sagrado do meu Carnaval