O amanhã se planta hoje
Comida no prato, vem ver
Semear esperança e colher samba no pé
Vou à luta, sou Tatuapé
A força de Tupã, se manifesta
Divino sopro, semente, floresta
Guardiões das matas, os nossos ancestrais
Do Sol e da Lua, seres naturais
Solo sagrado onde a vida brotou
Foi tomado e cercado de dor
Os invasores decretaram a injustiça
De sua raiz arrancado a força
Resistiu e o quilombo se ergueu
O Negro sofreu
Mãos calejadas plantaram o futuro
A cultura de um velho mundo
Aqui cresceu
Tem muita terra sem gente
Tem muita gente sem terra
Em sua sanha pelo lucro
Com ganância e ambição
O Homem queima a mata
Envenena no chão
Arar o solo
Orar ao céu
Sabedoria e respeito
Carrega o caboclo sob o seu chapéu
Chegou o sustento da roça
Chegou a colheita da paz
Dignidade é o fruto da luta
No nosso quinhão se cultivam ideais
Sem partilha não existe fartura
O solo é fértil, mas tem que cuidar
Divida esse canto comigo
Nós temos um mundo
Para alimentar