Vem, mocinha, pro meu país
Baila comigo, tribo da liberdade
Sou independente raiz
Se padre Miguel é amor, sexo é mocidade
Ó estrela, eu cheguei
Bagunçando o sistema
Plantei o fruto proibido
Encerrei ciclos num tempo de algemas
O meu sangue é rock'n'roll
Debochado, meu som transgressou
Por esse Brasil tropical
Mutação foi demais
Agito nacional!
Venenosa eu vim te provocar
É prazer sentir o corpo suar
Bonita e gostosa, num ardente calor
Da água na boca, o sabor de licor
A família tradicional: Papai enrustido
O filho oprimido, mamãe de avental
Das ovelhas negras, luxúria sem pudor
Que nunca conserva-dor
Feminismo? Abri caminhos!
Mulher que não se encaixa
Feminino, o desafio
Viver fora da caixa
Em versos, canto o adverso
Música é opinião
Sagrada e profana
Santa, pra quem não ganha com religião
Abaixo os caretas!
Bruxa punk, feiticeira contra a hipocrisia
Sou padroeira
Doce vamp de lentes vermelhas
Sonhei uma insana poesia
Um carnaval de ritas e marias