Potro Gavião

Ory Souza Gaúcho Serrano

Me criei em cima da serra, no alto de um coxilhão
Galopando contra o vento igual um potro gavião
Sou neto de índio alçado com sangue lusitano
Tenho um pouco de árabe, outro pouco de serrano
Ninguém pode decifrar a raça deste aragano

Trabalhava noite e dia, já dormia no galpão
Saltava de madrugada pra tomar chimarrão
Encilhava o bico branco pra fazer a campereada
Passava o dia inteiro percorrendo as invernada
Ainda sobrava tempo pra retoçar a mulherada

Bico branco era um cavalo bem tratado no galpão
Quando saía da baia parecia um redomão
Bufava e roncava a venta, assustava qualquer peão
Depois que esquentava o lombo, aí que ficava bom
Nunca apareceu ventana pra escapar do garanhão.

Pra arribar um desgarrado era igual um pensamento
O bicho trocava o rumo, logo berrava nos tento
Na castração de rodeio era o melhor “chinchador”
Nunca escapou um macho da faca do castrador
Nunca precisou de soga e também de maneador
Numa aparte de mangueira era igual um furacão
Girava em duas pata , quase nem tocava o chão
Paleteava o ventana do jeito que se ajeitava
Quando o ventana empacava, no encontro ele levava
Também se fosse preciso na “chincha” ele arrastava.

Tracker

All lyrics are property and copyright of their owners. All lyrics provided for educational purposes only.