Museu do Mundo

O Último Número

Há tantas coisas feitas
Para serem abandonadas
Edifícios na cidade
Filhos, altas velocidades

Há tantas coisas feitas
Para serem abandonadas
Os amores e as estátuas
Que enfeitavam as estradas

Tudo isto é um rastro
Que vai do berço ao túmulo
Passar deixando restos pelo mundo
É o cúmulo
Acúmulo de trastes
Museu de tudo e nada
São coisas muito tristes
As que ficam abandonadas

Quem acha que pode tudo
Ao final não pode nada
Há tantas coisas feitas
Para serem abandonadas

Tudo isto é só um rastro
Que vai do berço ao túmulo
Passar deixando restos pelo mundo
É o cúmulo

Mas se for mesmo boa a obra
É muito bom que a gente a faça
Ainda que a deixemos
Farsa sempre abandonada

Se algumas coisas terminam
Quando mal iniciadas
Muitas outras ficam
E vão sendo aproveitadas

E se o trabalho guarda em si
Uma única verdade
Ele só o dirá um dia
Ao sol da nova humanidade

E quando houver de fato
A tal futura humanidade
Que ela não se queime tanto
Na fogueira das vaidades
Que ela distribua os bens
Pra todos que fazem a obra
E que enfim não fique nada
Nenhuma coisa abandonada

Há tantas coisas feitas
Para serem abandonadas

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