Caipira Imortal

Luiz Fernando e Pinherense

No meu rancho de barrote, durmo em cima de um jirau
É um rancho bem modesto, distante da capital
A beleza da paisagem parece um cartão postal
Eu tiro tudo da terra, o que eu como é natural
Mandiocal pro polvilho e uma roça de milho
Pra pamonha e pro curau

Eu sou um caboclo rude e pra alguns sou um capiau
Eu quase não tenho estudo tão pouco ginasial
Pra quem vive da enxada já sei o essencial
Pego firme na lavoura bem cedo estou no curral
Já deixei a juventude e ainda esbanjo saúde
Nunca fui a um hospital

Eu plantei um canteirinho com erva medicinal
Pra atender algum vizinho quando às vezes passa mal
Remédio aqui é caseiro não tem nada industrial
Aprendi com um índio velho na mata colher floral
Sou chamado curador e às vezes benzedor
Aqui no meu arraial

Não tem nada que me faça deixar a vida rural
Pra viver numa cidade com seu mundo digital
Porque aqui no meu rancho o sertão é meu quintal
Coberto pelas estrelas um presente celestial
Do sertão mais nada quero, eu até me considero
Um caipira imortal

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