Bordonas

Luidhi Moro Muller

No bojo desta guitarra
Habitam velhas milongas
Minha mão campeira se agarra
Nas crinas destas bordonas

Neste alambrado sonoro
Onde cerco minhas penas
Aparto as mágoas que choro-
Na invernada dos temas

Quando a milonga se entona
Ao pé de um fogo de chão
Vibram primas e bordonas
Dando alma e vida ao galpão

Ecoa um berro de touro
No grave da corda mi
É ferro em brasa no couro
Dos que se encantam de ti

Há o gume de uma adaga
No agudo das duas primas
Chama que nunca se apaga
Milonga das minhas rimas

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