Calos e Planos

Evandro dos Reis

Se esgueirando sorrateiramente chegou
Na cabeça calos, nas mãos planos
Tempo vem e leva o que tem e o que não tem
E de glória em glória passa os anos

Pra colher cê vai ter que plantar
Não tem chuva cê sonha com o mar
Farinha, feijão ou pirão
Trabalhar, confiar, trabalhar
Faria a multiplicação se acreditasse só em oração
O baião também pode ser pra três
Quatro, cinco, e até mesmo seis
A beleza do eu, nós, vocês
São tantos os laços que a fita
Rebobina e embaraça o fim do mês

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