Sem Cobiça

Edvaldo Santana

Um homem ponderado
Sem pressa e sem cobiça levava sua vida
Apreciava a coragem a ousadia
O respeito a alegria que sua tribo cantava
Acreditava que ninguém acabaria

Que apenas mudaria por uns tempos de lugar
Até que um dia um sujeito enciumado
Com dinheiro e deslumbrado pelas luzes do poder
Comprou o rádio, a TV e o mercado

Espalhou pra todo lado até pra quem não quer ver
Um passo em falso, um boato criou perna
Que o homem era mesmo da baderna
Que gostava de fumar um chá

Se não bastasse disse não pra uma balzaca
Filha de um burocrata pós-regime militar
Daí em diante é que a corda foi ruindo
Gente que o achava lindo não quer nem ouvi falar

E aquele cara que tinha uma cara rara
De herói virou a mala que ninguém quer carregar
É evidente cada mídia tem um lado
Ela escolhe o convidado e o que ele vai falar

E de repente o pião tá dominado
Fica cego injuriado não consegue se expressar
Mas nego véio que andava recuado
Vendo seu nome queimado, resolveu contra-atacar

Caiu na estrada, cantou soul na vaquejada
Fez da vida a namorada e do Sol seu habitat
Um passageiro sem futuro e sem ponteiro
Sabe pelo marinheiro onde é bom pra descansar
Um candeeiro paulistano forroqueiro
Não se ilude com dinheiro nem tem ouro pra mostrar

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