Barriga de Travesseiro

Duêmio

Barriga de travesseiro

Duêmio

Ela zoou na porta do meu barraco
Encheu o saco, dizendo que o filho é meu...
Ameaçou dar parte ao delegado,
Gritou: safado, assuma o filho seu
Se o delagado não mandasse me prender
Eu ia ver a porca torcer o rabo
Ela rodou a baiana, lá na rua
Esta pirua, causou o maior estrago.

Ela inventou barriga de travesseiro
Sem exagêro, fez um puta escarcel
Ameaçou me deixar na pindaiba,
Mas tenho fibra e sou macho prá dendel
Não me contive e parti para o ataque
Que nem um traque com estouro de rojão
Eu que estava só o pó da rabiola,
Saí prá fora, mais feróz um leão.

Mais que matraca falou pelos cotovelos,
Pelos cabelos, controlei a jabiraca
Sou muito calmo, demoro ficar nervoso,
Porém, nervoso, me transformo em jararaca
A encrenqueira foi caindo na quissaça
Era manguaça que tava lhe atacando
Se eu não reajo, a mucréia não parava
E ainda estava dando um show de escândalo.

A muquirana logo desapareceu,
Até perdeu o rumo de onde vinha
Partiu com tudo, se mandou lá pras quebradas,
Tava mamada, prá pipa foi dando linha
Esta pilantra encheu o saco de sobra
Mas é a cobra que já perdeu o veneno
Pensou que eu fosse entrar nesta esparrela
Não fui na dela, porque não sou tão ingênuo.

Vicente lopes farnézio (duêmio)

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