Dia D

Duarte Carrasco

Aos cinco anos, não tinha planos
Só queria jogar à apanhada
Lia contos de fadas com duendes, piratas
Comia mil pastéis de nata
Ia lá abaixo a Cascais
De mãos dadas aos pais
Para contar os barcos de pesca
No mês de novembro, entregava os convites
Para a minha festa

Podem julgar-me por não saber cozer ovos
Estudei em cinco países
Dei-me a conhecer a outros povos
Não sou de esperar
Quero quem cá está
Rumo a viver
Hoje aproveito cada dia como
Se fosse o
Dia D

Aos 13 anos, já tinha fulanos e sicranos
A chamarem-me cringe
Ficava afetado com os boatos
A circularem na escola
Acerca de mim
Participava nas aulas e acertava
Até que tocava para ir para o recreio
Na cantina, tornou-se rotina sentar-me sozinho
Era o patinho feio

Podem julgar-me por não saber dizer palavrões
Tenho etiqueta
Manifesto as minhas orações
Tudo é incerto
Ninguém sabe ao certo o que está por vir
Hoje aproveito cada dia como
Se fosse o
Dia D

A família somos os quatro cá em casa
Os meus pais, eu e o meu irmão mais novo
Os meus primos e tios e avós
São os melhores
Que, alguma vez, tive a chance de poder conhecer
Cresci a ir à igreja
Li na missa
Fiz teatro
Toquei piano
Quis viver cada dia

Aos 16 anos, saí de casa
E mudei-me para os Estados Unidos
Deparei-me com a miúda mais linda à face da Terra
A acenar-me a mim
É a idade do primeiro amor
Em que os filmes da Disney
Se tornam realidade
Pedi-lhe a mão a sentir borboletas no estômago
Era felicidade

Podem julgar-me por não saber ser vulgar
Tirei boas notas, fui delegado
Mas nunca fui popular
Eu agradeço a todos os que estiveram cá
E me aceitaram tal como sou

Porque a vida é tão mais bela
Se nos respeitarmos uns aos outros
Hoje aproveitei como
Se fosse o
Dia D

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