Vaneira do Pelo Grosso

Desidério Souza

Camperiando pelos pagos da velha pampa sulina
Eu apartei do rodeio a grito e bico de butina
Esta vaneira gaviona pelo grosso e pura crina
Dei lhe boca na cordiona, sai golpeando o cartão
E a oito soco roncando igual bufo de redomão
Desses que faz que se assusta e mete as pata no chergão

Cada bufo uma negada e o galpão tapa de poeira
Voa a trança das morenas no xucrismo da vaneira
Quase igual briga de touro na minha pátria missioneira
Um candeeiro fumaçeando o santa fé do galpão
Eu de acavalo num cepo mas não froxava o garrão
Redemoniando a vaneira nesta gaita de botão

E um chiru véio curtido de bailanta e alvorço
Garrotiando uma chinoca chegava trama o pescoço
Aproveitando o resmungo da vaneira pelo grosso
O Sol já metendo a cara parei da gaita o resmungo
Encilhei e vesti o pala e na saída do surungo
Levei a China mais linda na garupa do matungo

Na penumbra do lampião somente a cordeona fala
Resmunguenta soluçando nesta vaneira baguala
Testemunhando o namoro nos cantos escuro da sala

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