Tambor de Rinhadeiro

Desidério Souza

Quando saio resolvido a procurar um fandango
Ao baixar uma canhada ouço uma gaita chorando
Sou igual a um potro xucro numa invernada pampeana
Se me cutucam na espora dou um rincho e tô veaqueando
Se me cutucam na espora dou um rincho e tô veaqueando

Numa cruzada de esgrima eu sei que não faço feio
Sou nego do beiço roxo por isso sou caborteiro
Sou igual galo de raça num tambor de rinhadeiro
Mestiço tem meio sangue e o puro tem sangue e meio
Mestiço tem meio sangue e o puro tem sangue e meio

Ninguém me cruza por cima nem se cresce do meu lado
Sou respeitador das leis não preciso advogado
E se um dia eu errar cantando não há de ser por maldade
Eu nunca enganei ninguém sempre gostei da verdade
Eu nunca enganei ninguém sempre gostei da verdade

Sou do tempo que em fandango só dançavam convidados
Eu nunca tive padrinho, por que não fui batizado
Fui criado meio xucro, por isso sou mal domado
Eu prefiro andar sozinho do que mal acompanhado
Eu prefiro andar sozinho do que mal acompanhado

Para os meus fãs e amigos vai o som desta oito baixos
E os dedos do zé do derio sempre firmes no compasso
Eu não canto por dinheiro sempre cantei por que gosto
Me orgulho deste meu jeito e nos meus versos eu aposto
Me orgulho deste meu jeito e nos meus versos eu aposto

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