Só Pra Não Perder o Jeito

Desidério Souza

As coisas estão mudadas
Ca na estância do patrão
Vai de moto pra invernada
Quem montava em redomão
Não sou contra evoluir
Nem questão de preconceito
Mas me agrada um flete bueno
Só pra não perder o jeito!

Nos braseiros das estâncias
Nem mais um fogo se faz
O celular calou a proza
Desde o peão ao capataz
Modismo ronda os galpões
Sem chama de fogo feito
Mas me gusta proza e mate
Só pra não perder o jeito!

Nos rodeios da querência
Pediu porta à evolução
Chegou a tal de manta gel
Desativando o chergão
Mas sou de um tempo ancestral
Que a tradição é um respeito
Sou pachola no arreio
Só pra não perder o jeito!

Nos fandangos do meu pago
Sinto um desgosto profundo
Prendas dançando maxixe
Num ambiente de outro mundo
Porém sou da moda antiga
Danço um xotes bueno um eito
E as vezes afiguro um tango
Só pra não perder o jeito!

É lindo quem tem capricho
Na vida, lida ou amor
Hoje não acha na venda
Um amigo pra fiador
Caráter se traz de berço
Embora sem ser perfeito
Foi Deus quem nos fez assim
Não vamos perder o jeito!

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