Expressão de Um Gaúcho

Desidério Souza

Toco cordeona faço verso e do lhe grito
Por onde eu passo deixo as marcas no caminho
No meu trabalho sempre me sinto um perito
Sou indo quéra e me viro sempre sozinho

Peço licença pra quem tiver comandando
Venho chegando e quero aqui me apresentar
Entro na festa e gosto de saltar calando
Sou Missioneiro e não me entrego sem cantar

A MInha cordeona é verdulheira
É caborteira gaita velha de botão
E traz o cheiro das domingueira
Junto da poeira Que trago do meu rincão

O desafio sempre me leva para a luta
Mas tranco a bota não resvalo para a sargeta
Enfrento as fera sem soiteira e sem garrucha
De-lhe cordeona e meta e meta que é paleta

Diz o ditado não tá morto quem peleia
Por isso eu tenho minhas armas de valor
De cantoria sempre trago a mala cheia
Dentro do peito o coração de cantador

Rio grande velho vem repontando o meu verso
Pampa gaúcho sempre foi pátria pra mim
Chão temperado e abençoado do universo
E hospitaleiro desde o começo até o fim

É bem por isso que me achego desse jeito
Abro minha gaita toco canto e me repuxo
Entro cantando cada vez mais satisfeito
Pelo respeito de ter nascido gaúcho

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