Bailanta do Rincão

Desidério Souza

Luz de candeeiro indiada toda faceira
Levantando polvadeira na bailanta do rincão
De chão batido é o piso antigo da sala
Onde o rio grande se embala no tranco dum vaneirão

Sou da Bolena, terra buena da fronteira
Danço com loira e morena nem que acabe em confusão
Sei dos caranchos garanto, não sou de briga
Mas tenho um marca formiga pra um causo de precisão

Abre a cordeona, seu gaiteiro, não se achique
Pois nem que eu fique estropiado dos garrão
Vou rodopiar com essas guria a noite inteira
Bem a moda galponeira, sem errar a marcação!
Chapéu tapeado e o pala veio no braço
Campeando espaço, arrasto esporas no salão
Sou um índio, feio, mas pra mim isso é bobagem
Pois, não me falta coragem pra ganhar um coração!

De vez em quando peço um trago no bolicho
E sempre estoura um bochincho quando o baile é campeiro
Eu sou vaqueano e depois de um gole de pura
Cincho a prenda na cintura, desviando do entrevero!

E se o macharedo se quedar meio entonado
Me cuidando oitavado, nada disso me preocupa
Pois lá nos fundos o pingo tá me esperando
Sempre deixamo os fandangos com uma prenda na garupa

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