Enquanto O Trem Me Abduz

Daniel Sansil e Os Maluco do Brasil

Já são 10 horas e você com “nove hora”
Se não freqüenta é melhor sair
Sair de cima do asfalto pra esfriar o pé

Com quantas horas que eu já estou aqui e agora
Bem em meio à “estória” de que discos voadores me aduzem
A locomotiva agora segue o rumo a pé

Perdi a honra e depois perdi a hora
Não teve Nossa Senhora pra me socorrer
O meu mundo resolveu e dar um pontapé

Só sei que nunca mais na vida eu me confundo com essa gente que está
Calada, engomada, perfumada, atrasada
E que não pensa
Enquanto enchem as filas de números
E o bilhete premiado, anuncia o maquinista
“-É a poltrona 37! ”
A vida desliza sobre os trilhos

Na estação espacial do Mondubim
A locomotiva arrasta a vida até o último estado
E a minha filosofia de vida é interrompida

Pela Dona Glória
Uma senhora, com direito a ir embora
Na poltrona 32
Morta de frio e sem força vital pra levantar o vitral, o vitral da janela
Quisera ela
Que o trem voltasse de ré uns trinta anos

Só sei que o trem rasgou voado
Despejando passageiros
Com destinos e bagagens
Aconchegos e saudades
Quando vi que alguma coisa aconteceu
(Pensei que tinha “barroado”)
Quando vi que alguém estranho entrou

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