Sou Auá Desse Brasil, de Cara Pintada e Pele Embrasada
Aurélio Brito
Vem meu povo cantar
A festa é nossa
Chegou a tribo vilar carioca
De cara pintada e pele embrasada
Eu sou auá do Brasil nesta batucada
Quem achou que descobriu
Sequestrou nosso Brasil
A mãe natureza e suas riquezas
A fauna, a flora, a nossa cultura
O canto, a dança, a arte e a pintura
Boiuna protege não mata
O homem desmata, maltrata
Somos filhos dessa terra
Queremos paz, chega de guerra
Invadiram nossa aldeia
Foi maior devastação
Os garimpos, as queimadas
Só assolam irmãos
Hoje temos a missão
De lutar contra ambição
Peço as autoridades
Justiça, liberdade
Que olhem por nós
Meu Deus, também somos gente
Morre inocente
Feito animal feroz
Ninguém cala nossa voz
Temos igualdade e união
Cadê a tal da miscigenação
É bom ensinar nas escolas
Pois o índio é brasilidade
O negro e o branco
Somos todos quilombolas
Paz para a toda humanidade