A lua é a boca na cara do céu
O sol é quem acende o céu dessa boca
Os sonhos são mais altos que arranha-céus
Ideias são zumbidos de uma muriçoca
Estrelas são, no breu, luminoso sorriso
Montanhas são as esculturas dos lábios
O pensamento é ave num voo indeciso
O tempo são as páginas de um alfarrábio
Os astros interpretam o firmamento
O rio xaveca terra mas se casa com o mar
Poetas são brisas que ouvem o vento
A música é o som a um passo de gozar
Paixão é torpedo que erra de destinatário
Amor é vírus que se contrai pelo ar
A vida é uma vírgula no calendário
Se tudo isso é seu
Me diga quem sou eu
E o que mais posso te dar