O joio está crescendo no tapete
O dia passa e não sai do lugar
Eu corto as ilusões com estilete
E durmo só na hora de acordar
Eu abro um livro, olho, mas não leio
Às vezes me procuro, mas cadê?
E choro e rio, então paro no meio
Me perguntando todos os porquês
E os porquês não têm resposta
Respostas já não têm pra quem
Se só tem um na mesa posta
Que é quase como ter ninguém
Aí me atiro madrugada afora
Buscando em estranhos meus iguais
Me perco, pra saber onde a dor mora
Agora o sempre virou nunca mais
Eu sei que o tempo traz o esquecimento
Mas quem falou que eu quero te esquecer?
Eu vago em vão levado pelo vento
Porque meu prumo vinha de você
Mas os porquês não têm resposta
Respostas já não têm pra quem
Se só tem um na mesa posta
Que é quase como ter ninguém