Era a garrafa que pedia o copo
O chinelo que pedia o pé
O travesseiro que pegou no sono
O almoço me serviu o café
Era toalha que pedia o banho
O silêncio, a meditação
A caneta que escreveu a letra
E o violão compôs essa canção
Só uma vez
Isso foi só uma vez
Era a brisa que soprava o vento
A semente que colhia a flor
O momento que pediu um tempo
Enquanto o frio aqueceu o calor
Era a noite que pedia o dia
A loucura, a lucidez
A tristeza riu na alegria
O que era sempre foi só uma vez
Foi só uma vez
Isso foi
Era a garrafa que pedia o copo
O chinelo que pedia o pé
O travesseiro que pegou no sono
O almoço me serviu o café
Era o cadarço que pedia o laço
A moeda que fez um desejo
O amigo me pediu um abraço
A tua boca me pediu um beijo
Só uma vez
Isso foi só uma vez
Só uma vez