7 Megalomania

Augusto Aguieiras

Deixe que falem, que pensem que fazem diferença
Tudo é de meus semelhantes, diz a minha crença
Ando no topo do mundo, nunca termino em segundo
Não importa a dor e o sofrimento, o importante é fazer
Porque assim eu junto meu dinheiro, faço por merecer
Eu sou um homem de bem, meus olhos veem além
Do que esse povo todo pode entender

Veja toda pobreza, Deus deve estar louco
Como sou generoso, sempre dou um pouco
Mas no fundo, esse dilema não é meu problema
Não é minha culpa se as pessoas não têm o que comer
Se eu nasci num berço melhor, o que posso fazer?
Não posso consertar o que não tá quebrado
Mas não se preocupe, o mundo vai mudar

Acordo, levanto, bebo água, escovo os dentes
Enquanto tomo café, ignoro meus parentes
Sempre a mesma rotina, penso em fugir pras colinas
E no fim tudo que criei, um império de papel
Toda noite me pergunto, se existe o céu
Eu fui um homem normal, nunca busquei o mal
Ele se encontra em todo lugar

A entropia e a discórdia, o projeto da nação
A escola da vida me pôs contra meu irmão
Hoje, eu não sou nada, não passo de uma piada
Minha expectativa sobre os outros eu não pude controlar
Quando eu bater as minhas botas, ninguém vai me visitar
Tudo que construí, hoje assisto ruir
Abandonei a história pra usufruir
De tudo que ficou pra trás e me formou
Esse exemplo de homem morre como rei

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