Nos encontre em uma fila do caixa eletrônico
Sacando o que nos resta
Com o desespero de bancos fechados
Bloqueando o que nos presta
Quais tais ministros viraram bandidos?
Quais trabalhadores viraram mendigos?
E ambos se encontrarão em esgotos entupidos
Encontraremos ratos querendo comer gatos
Teremos que andar na merda
E sujar nossos sapatos
Para achar alguma saída
Pois há ambulâncias demais nas ruas
Doenças longas, imunidades curtas
Essa chacina não passa de debates na bancada
Ou comercias da porcaria de rótulos de bebidas
E qual será o julgamento do roubo dessa vez?
O pai que rouba um quilo de feijão
Pra dar pra sua filha de 4 anos que pesa dez
Ferindo a dignidade no coração
Mas é a verdade, meu irmão
É a verdade do seu irmão
E quem disse que na hora H você é meu irmão?
E qual será o julgamento pra quem tem o poder central?
E te cobra o preço de toda sua paz
Fazendo sua vida se tornar insossa demais
Mesmo se houvesse tanto sal
Mas eles venderam o Pré-Sal
E agora me vem com essa cara de pau
(É, a gente dá o pão e eles nos dão as migalhas)
Mas vamos entrar pelos esgotos
Mudar o curso de baixo pra cima
Eles não vão mais ficar com a carne
E nós não mais ficaremos com as espinhas