Recordações

Ary Barroso

O meu quarto que fora tão risonho
Cheio de vida, de aroma estonteante!
Vive agora, coitado, tão tristonho
Dês de que foi ficar a tão distante

Aquele desalinho em que deixasse
O nosso leito de lençóis bordados
Eu conservo tal qual abandonasse
Sem deixar que lhes vejam profano

Mas, se a Lua, nossa boa, eterna amiga
Nossa velha e meiga confidente!
O seu manto, se estende nele abriga
Está dor que em tudo aqui se prende

Resulto de prazer, corro à janela
Abro a cortina, a sua luz prateada
Porque através do mantos raios dela
Novamente, eu te vejo lá deitada

Tracker

All lyrics are property and copyright of their owners. All lyrics provided for educational purposes only.