A Primeira Estrela

Artur Camilo

Em casa minha
Grado bem presumido
Em muitas faces
Oh, soberbo orgulho
Nascerá manifestas, sem rugido
Na rola que o mante
Que findou-se arrolho

Em fúria, eu sei porque
O carnal desejo
Terra que desce, com seguro alarde
E no fulgor dos olhos teus
Eu findo! Sorridente, à beijar
O azul da tarde

A minúsculos, de graça
Que sustentem toda dor!
Como alivio soberano!
Que nada à paz divina
Se desprendem para cruzar
O sofrimento humano!

A luz da minha alma
Os anjos a vagar!
E nesta vida de viver incerto
Se no bálsamo que trás contigo
Achada, se não digo, pelo alto
Fica incerto, pego da lira
Solitário imploro!
E o doce acorde, que vem preso nela
Enfim, eu sinto, pelo causou oro
A luz pungente da primeira estrela!

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