Acordar, levantar, tudo ao redor tem um preço
Comprar é a sina do ser atual
Trabalhar para ser mais um, se submeter
E rotinizar sem pensar
Entre tantos que tontos vão a lugar nenhum
Que movem a engrenagem: Miragem real
Ou ser descartado, produto humano inválido
Se não consumir, gastar, se endividar
Certos de que somos servos cegos
Que creem num mundo artificial
Nossas casas são celas, as correntes moedas
Queremos mais delas pra nos libertar
E até nossos sonhos, dos que ainda sonham
É de se distinguir e deixar os demais
Desiguais
Mas não basta talento, se é lento o lucro
Se te vendem mais caro no mercado sexual
E um de nós denuncia, a hipocrisia
Dos que tornam tudo mercadoria
E a plateia consumista, que é consumida
Cúmplice do seu algoz
Eles vendem os protestos
Como alívio cômico, no drama da vida real
E destinam as revoltas, às prateleiras
E aos programas de TV
E um de nós denuncia, a hipocrisia
Dos que tornam tudo mercadoria
E a plateia consumista, que é consumida
Cúmplice do seu algoz