Bactérias Adormecidas

Ansellmo Deremita

Deus eu não tenho pátria
Aqui não é minha pátria
Eles não ligam pra mim
Vou-me embora daqui

Sou o menino de rua
Sou o velho sem esperança alguma
Sou o professor mal remunerado
Sou o sem-terra massacrado
Sou o trabalhador explorado

Quem sou eu?
Eu não sou nada, eu nada sou!
Sou bactérias adormecidas
Somos bactérias adormecidas

Eu na minha louca lucidez
Vejo a elite com insensatez
O extermínio da massa com rapidez
A esperança se desfez

Sou a sapiência de Arnaldo Jabor
Sou o irreverente Ratinho no televisor
Sou o lixo da lixeira onde estou
Sou o Congresso sem pudor
Sou a vergonha que se envergonhou!

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