Desconfortável no seu travesseiro, acordava no seu conto de fadas
Pintando as unhas de vermelho, pensava no cardápio de mais tarde
Salmão e legumes postos a mesa
Beijo e marido de volta ao trabalho
Com seu vestidinho recatado
O brilho nos olhos pintados de preto na frente do espelho
Ela saia todo dia de tarde escondendo um segredo que não tinha chave
Acompanhada de seus próprios desejos, não queria mais aquela vida ordinária
Refletido no espelho com outros corpos se libertava
Desgarrada em brasa, suores, pelos, fantasias e gemidos
Acendo o isqueiro sentia o fogo que já se espalhava
Fugitiva do rebanho, sentenciada por assumir múltiplos orgasmos
Ela saia todo dia de tarde escondendo um segredo que não tinha chave
Acompanhada de seus próprios desejos, não queria mais aquela vida ordinária