Navegança
Alfredo Reis
Fosses um rio e existisses
A correr no meu quintal
Eu veleiro na voragem
Sem limite essa viagem através de todo amor
De todo amor
Ser o teu navegador
Ser o teu navegador
Ser o teu navegador
Ser o teu navegador
Explorar as tuas trilhas
Descobrir-se novas ilhas
Percorreste tantas milhas
Te alongar em minhas ilhas
Indo e vindo na maré
Na maré
Ser o teu navegador
Ser o teu navegador
Ser o teu navegador
Ser o teu navegador
E depois apaziguado
Ancorar teu corpo manso
No remanso do meu porto
Toda ânsia saciada, nau de velas acalmadas
Correnteza, sereno
Ser o teu navegador
Ser o teu navegador
Ser o teu navegador
Ser o teu navegador
E na lua prematura
Acalentar toda ternura
No convés do meu vapor
Tu repousas e espelhas
Sonolências de estrelas
Em noites de tanto amor
Tu repousas e espelhas
Sonolências de estrelas
Em noites de tanto amor