Aguada Santa

Alex Har

Na sombra de um salso, resojo de pingo
Santo domingo, balconeiro e riso largo
De pataquedas em carreiras de petiço
E algum cambicho depois de florear um trago

Bater de cascos retumbando além do passo
Mesmo compasso em que ronca a de botão
Amadrinhando dois galos de pua fina
Que trançam rimas num maior de gavetão

Copa surtida donde cuchila a fartura
Da rapadura até o vinho em garrafão
Pastel de papa, mortadela e ovo cozido
Olhar curtido, aquerenciado no balcão

Aguada Santa pra quem chega e desencilha
Sempre em vigilia pra os apertos da campanha
Ou pra quem deixa os seus pila atado a soga
Enquanto afoga os desamores numa canha

Bolicho antigo, bem no passo da Restinga
Lugar que ainda tem ares de antigamente
Seu Coradino balconeiro de campanha
Sabe das manhas e como agradar a gente

Pois pra quem vive de alma presa na estância
Não vê distância nas léguas de um corredor
Espicha o trote no firmar de uma mirada
Pra Santa Aguada, no altar de um mostrador

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