Pares

Alê Solórzano

Emanar o que se tem
Pode ser tão bom
Quanto amar a quem tem
Paz na alma viva
Cor no corpo e mente
E pares de calçados leves

E saber diferenciar
O tempo do instante
É poder relembrar
Coisas tão bonitas
O tom de algum cabelo
E pares de calçados duros

Cada pedaço do moço
Tem um pouco dela
E cada tormento também
Todo o espaço do quarto
É culto improvisado
E cada tormento é um bem

Eu caminho sem saber
Se vou querer voltar
Pra todos os lugares
Palcos tão vazios
Luzes ofuscantes
E pés, enfim, descalços, livres

Cada pedaço do moço
Tem um pouco dela
E cada tormento também
Todo o espaço do quarto
É culto improvisado
E cada tormento é um bem

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