Negreiros

Alan Mendonça

A minha cara é negra, negra
Como negro é todo mundo
A minha alma é negra, negra
Como negro é todo o conjunto
Minha lágrima é negra
Como negra é tua presença
O oposto da ausência
Quando choro um oceano
Negro, negro, negro
Como negro é o azulão
Que bebe do meu pranto

Quando vais embora
Levando teus olhos negros
Deixando minha alma morta
E cada dia um segredo
Mas quando tu voltas
Trazendo teus olhos negros
A minha alma ainda chora
Pois sou homem e tenho medo

A minha alma é pobre
É alma de quem sofre
E alma de quem
Espera alguém
Que enquanto não vem
Fica por aí chorando
Escrevendo poemas no lenço
Não sei por quanto tempo
Ainda vou ficar chorando
Matando o tempo
Esperando morrer de banzo

Quando vais embora

A minha alma é índia
E de um mulato mameluco
A alma que chora sozinha
Num canto, num quarto escuro
Esse sertão é minha ilha
Não bato mais fotografias
Meu violão fica mudo

Quando vais embora

Negreiros
Negreiros
Negreiros

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Negreiros
Negreiros

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