Filhos da Luta (part. Kennedy Ribeiro)

Kool Klever

Às vezes perco-me nas coisas fúteis da vida
Como se os meus ideias fossem becos sem saída
Como a se a minha fosse a causa mais perdida
Mas se não luto pelo que acredito, então não tenho vida
Poderei ter o mundo aos meus pés um dia
E assim acabar com pouca paz e harmonia
Que ainda me resta que o tesouro que eu guardo
Nesta alma sonhadora que quando canto eu abro
A realidade dói demais para um sonhador como eu
Mas a verdade é boa demais, por isso eu
Peço realmente que me mostres o caminho
Por que às vezes eu tenho medo de acabar sozinho
Crucificado por uma sociedade adestrada
Que não entende porque não ando na mesma estrada
Eu sou humano descendente do casal pecador
Acredito na paz no amor, mas nunca na mudança sem dor

O tempo avança depressa e a vida é curta
A realidade mata o sonho e já só resta luta
Sofrer calado não resulta
Eu sou um filho da luta

Quero ganhar a vida com o dom que Deus me deu
Mas Deus isso é difícil no país que é meu
Não me esqueço da barriga e da família que tenho
Mas acredito noutra parte que me completa o desenho
É quando falo a verdade que me sinto completo
Mas só respeito não me deixa repleto
Então me ajeito, mas tem de haver outro jeito
Porque o que vejo nas ruas rebenta-me com o peito
Tem de haver culpados, não podemos ser todos
Porque alguns são quase Deus
Outros sob humanos quase mortos
A desigualdade é frustrante
A ostentação irritante
As políticas são confusas e miséria é gritante
O país segue adiante só com petróleo e diamante
A paz é um pano quente
Vem mais sofrimento lá a frente
Não preciso ser vidente para saber que o poder mente
Mas tenho de sofrer calado e concordar com o presidente

O tempo avança depressa e a vida é curta
A realidade mata o sonho e já só resta luta
Sofrer calado não resulta
Eu sou um filho da luta

E no meio deste mar bravo feito barcos a deriva
Sem proa nem popa, vivendo só na expectativa
Remando, exaustos, fartos
De tanto carregar desconhecidos fardos
Mental e verbalmente encarcerados
Vivos fisicamente, permanentemente calados
A ignorância aos poucos nos asfixia
Aumentado o sufoco nessa falsa democracia
Lá vem eles, em peles de ovelhas extorsores
Sem piedade sem respeito pelos eleitores
Instinto canibal, sorriso animal
Com estímulos que só aumentam nossa inércia mental
Assim vivemos, entre a mentira e verdade
Entre o material e a virtualidade
Sou patriota luto pela nação
Mas não sou nenhum hipócrita, não sigo a multidão

O tempo avança depressa e a vida é curta
A realidade mata o sonho e já só resta luta
Sofrer calado não resulta
Eu sou um filho da luta

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