(Noite escura, alma fria, coração pesado)
(Isaías cinquenta e três)
No gueto da mente, onde a dor me visita
Eu vi cicatriz que ninguém acredita
Memórias quebradas em becos sem luz
Até que um dia eu encontrei a cruz
Não foi ouro, nem prata, nem trono ou poder
Foi um homem de dores, que escolheu sofrer
Desfigurado, ignorado, não tinha beleza
Mas no silêncio d’Ele, encontrei minha firmeza
Me vi nas chagas d’Ele, nas feridas abertas
O castigo que traz paz, marcado nas cobertas
Ele levou minha culpa, minha mente em conflito
Sangue escorrendo por mim, no monte maldito
E eu gritava no escuro, sem voz pra clamar
Mas Ele ficou calado, deixou o céu pra me alcançar
Como ovelha ao matadouro, não abriu a boca
Cada gota, cada dor, fez minha alma solta
Pelas Suas pisaduras eu fui curado
Pelo sangue derramado fui resgatado
Ele tomou meu lugar, levou meu fardo
O Servo Sofredor venceu meu pecado
Pelas Suas pisaduras eu fui curado
O castigo que me deu paz foi sobre Ele lançado
E agora vivo, mesmo tendo sido enterrado
Em Cristo eu fui restaurado
Eu lembro das noites que quis desistir
Com a alma vazia, sem onde cair
Mas Ele já tinha descido mais fundo
Abraçou minha dor, redimiu meu mundo
Moído pelas transgressões que cometi
Castigado por escolhas que eu nem percebi
A cruz era sentença, mas Ele se ofereceu
O Rei sangrando no chão, e ainda assim me acolheu
Não era justo, não era d’Ele o crime
Mas o amor O levou onde a justiça oprime
E cada lágrima foi semente da redenção
Hoje ando de cabeça erguida, selado na salvação
E o peso da vida me fez esquecer
Mas Ele nunca deixou de me proteger
Calado, ferido, rejeitado e sozinho
Foi no vale que Ele me fez caminho
Pelas Suas pisaduras eu fui curado
Pelo sangue derramado fui resgatado
Ele tomou meu lugar, levou meu fardo
O Servo Sofredor venceu meu pecado
Pelas Suas pisaduras eu fui curado
O castigo que me deu paz foi sobre Ele lançado
E agora vivo, mesmo tendo sido enterrado
Em Cristo eu fui restaurado
Ele cresceu como raiz em terra seca
Sem aparência, sem formosura, ignorado por todos
Homem de dores, experimentado nos sofrimentos
Como quem os homens escondem o rosto
Desprezado, e d’Ele não fizemos caso
Mas Ele levou sobre si as nossas dores
Foi transpassado pelas nossas transgressões
Moído pelas nossas iniquidades
O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele
E pelas Suas pisaduras, fomos sarados
Quantas vezes eu fui aquele que zombava?
Coração duro, alma que não escutava
Mas o Espírito soprou na esquina escura
E me mostrou que a cruz é minha cura
A troca foi injusta, mas foi amor
Ele sofreu calado, mesmo sendo o Senhor
Não reagiu quando cuspiram no Seu rosto
Cada tapa d’Ele limpou meu desgosto
Vi a glória d’Ele em meio ao horror
E hoje minha vida é cântico de louvor
Na quebrada onde só havia lamento
Hoje tem luz, tem paz, tem novo sentimento
E ainda escuto ecos do meu passado
Mas agora sei que fui comprado
Na cruz onde a morte virou estrada
Pra vida eterna, alma restaurada
Pelas Suas pisaduras eu fui curado
Pelo sangue derramado fui resgatado
Ele tomou meu lugar, levou meu fardo
O Servo Sofredor venceu meu pecado
Pelas Suas pisaduras eu fui curado
O castigo que me deu paz foi sobre Ele lançado
E agora vivo, mesmo tendo sido enterrado
Em Cristo eu fui restaurado
Isaías cinquenta e três
Quem creu na nossa pregação?
E a quem foi revelado o braço do Senhor?
Ele não tinha beleza nem formosura
Mas levou nossas culpas, nossas dores
O castigo que trouxe a paz
Foi sobre Ele
E pelas Suas pisaduras
Fomos sarados
(Sarados por amor)
(Isaías cinquenta e três)
(Trap Gospel, redenção nas ruas)